Cartas aos homens que amei
Reconheço no passado momentos incapazes de me apaziguar a prosa interna, que se prolonga até aos dias de hoje. Sei, que agora, talvez a inocuidade de me reportar aos mesmos seja apenas forma de sanar as minhas angústias, mais até do que ter uma oportunidade de refazer o passado. Talvez seja um processo de integração do que já sei, do que senti. Serão cartas anónimas. Serão cartas pessoais. Serão intransmissíveis. Serão tudo aquilo que sempre quis dizer mas que ficou ocluso nas malhas grandiosas do tempo das oportunidades perdidas. E se alguém se identificar com elas, que lhes faça bom uso.
Devo também, dizer, que a peregrina ideia não é nova. Nem tão pouco será original. Habita-me há tempos infindáveis e certamente já foi replicada algures, sob a forma de ficção ou na sua vertente mais real.
Será mais um pouco de mim, no mundo.