Terapia de grupo #3
Olá! Eu sou a FatiaMor e sou mãe de uma Diva!
(Olá FatiaMor, responderão vocês cheios de compaixão)
A Fatia#1 nasceu sob o signo de Leão.
(disclamer já aqui... não ligo muito a signos, acho uma intersecção astral demasiado complexa para que corresponda com rigor para todo o indivíduo que habita este planeta. Mesmo perante cartas astrais. Mesmo que me digam que se trata de potenciais e não de rigor determinístico. Mesmo que me invoquem os trânsitos... Enfim... Não penso muito nisso)
Não sei se é disso, mas confere nas características de diva que lhes associamos, sem falar na ordem muito própria pela qual gere tudo à sua volta, que só poderá ser explicada pela física quântica (e mesmo assim, acho que descobrem primeiro a teoria do tudo, antes que a teoria do caos da vida da Fatia#1).
No dia da festa de fim-de-ano, aproxima-se um menino e diz-lhe:
- Gosto de ti (e meteu-lhe o nome da minha filha, muito mal amanhado).
(disclaimer dois: a miúda não tem um nome complicado e é bastante tradicional, mas tende a gerar confusão nos putos!)
Vejo-a virar-se para mim, quase congelada, tal como o cubo de gelo que lhe deve ter nascido naquele momento no coração.
- Então filha, o menino está a falar contigo! Não é bonito ignorarmos as pessoas.
Continua em gelo. E o puto, bem instruído, não desiste...
- Gosto de ti. Não gostas de mim (mais uma vez o nome mal amanhado)?
A Fatia#1 vira-lhe as costas e continua no seu percurso, cabeça altiva e passo acelerado.
- Oh filha, então? - digo-lhe eu, claramente deixada para trás a garantir ao menino que ela também deve gostar dele, como devemos gostar de todos os meninos, amizades, arco-íris e lálálá.
Quando a apanho, pergunto-lhe, ao que me responde, já lágrimas a brotarem-lhe dos olhos, biquinho e tudo:
- Eu não gosto dele! Estou farta dele! E é por causa disso que não quero vir à escola! Nunca mais!
Ora bem, tive vontade de voltar para trás e desancar o miúdo apaixonado, por todos os azedumes que o seu inoportuno amor me tinha causado, ao longo de todas as manhãs, neste ano lectivo. Não o fiz, por respeito à minha pequena imagem a sofrer de coração partido, por causa de alguns meninos menos bondosos.
Deixei-o entregue à sua desolação momentânea, que foi curar a jogar à bola, com mais miúdos.
Quanto à minha pequena diva, mostrou-me o seu andar confiante para se pôr a andar de uma conversa demorar sobre respeitar os sentimentos dos outros. E já no carro, disse-me:
- Mãe, não vamos falar mais do que aconteceu, porque já me estou a enervar novamente!
A enervar.
Novamente.
Sua excelência sofre dos nervos.
E eu, sofro do quê!??
#comcincojácomquinze
#divadecincoanos